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Arquitetos: BEHIVE
- Área: 17500 m²
- Ano: 2020
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Fotografias:Qingshan Wu
Descrição enviada pela equipe de projeto. O projeto do Hotel Atour S inspira-se no conceito de “SAVHE” — que significa “respirar” em língua lisu. A ideia por trás deste amplo projeto de reforma era remodelar o espaço aberto originalmente desperdiçado dentro do átrio deste edifício de apartamentos, transformando-o em um espaço espiritual “SAVHE”, conectado à cultura tibeto-birmanês — de onde vem as raízes da rede de hotéis “Atour”.
Para chegar a este espaço de acolhimento, os visitantes são guiados através de um espaço expositivo ao longo do térreo e conduzidos até a recepção do hotel no terceiro pavimento. Esta galeria de arte foi concebida como uma espécie de “túnel do tempo”, um espaço que transporta os visitantes para outra dimensão. Este percurso convida os hóspedes a imergirem em outro estado de espírito antes de definitivamente chegar ao hotel. O portal de acesso junto à rua, inspirado no logotipo da empresa, convida os visitantes e curiosos a entrarem.
Uma vez no interior do hotel, os hóspedes se encontram em um átrio triangular de 7 pavimentos de altura - o “SAVHE”. Como um “respiro” no interior da estrutura, o SAVHE foi concebido para proporcionar uma “pausa”, onde os visitantes são convidados a respirar fundo e meditar em um espaço tranquilo e bem iluminado. A escala impressionante do hall é uma reminiscência dos espaços espirituais de templos e capelas. A verticalidade monumental deste espaço é um convite para observarmos o céu. Ampliando ainda mais esta sensação de leveza e bem estar, uma estante de madeira se ergue nas laterais do átrio até o terceiro nível, sendo sucedida pelas vigas de borda dos sucessivos pavimentos. Uma ampla abertura zenital coroa este espaço quase etéreo, protegendo o interior das intempéries ao mesmo tempo que permite que que a luz natural penetre profundamente no espaço. Um espelho d'água no centro do pátio reflete as mudanças nas condições atmosféricas, proporcionando uma sensação de serenidade e conexão com a natureza.
Ao invés de simplesmente funcionar como um espaço de check-in e check-out, o átrio central do Atour S foi concebido como uma área pública animada por diversos programas complementares que se abrem para a cidade e seus moradores — uma livraria, um bar, espaços de co-working e áreas para eventos. O forro plissado que homogeniza todos os espaços acessíveis no térreo surge como uma resposta às restrições estruturais impostas por grandes vigas de transição do edifício, atuando como um poderoso elemento arquitetônico que unifica os espaços, proporcionando uma sensação de continuidade e amplitude.
Esta percepção de espaço é transportada também para os quartos do hotel através de um design que favorece e potencializa ambientes abertos e despojados. São três temas que regem o projeto de interiores das unidades: a “Casa Aconchegante”, a “Sala Galeria” e “Festa no Bosque”. Cada um destes conceitos foram utilizados para criar uma própria noção de escala, intimidade e conforto nos interior dos quartos. Os apartamentos do tipo “Casa Aconchegante” foram divididos em três zonas, as quais permanecem integradas sob um forro contínuo em duas águas. A partir deste volume, que simula o interior de uma típica casa de campo, os hóspedes têm aceso à uma área adjacente à fachada que mais se parece com um terraço amplamente iluminado. Desta forma, estes apartamentos foram projetados como pequenas “casas”, as quais pode ser livremente adaptadas e transformadas, assumindo diferentes tipologias.
As unidades do tipo “Sala Galeria” pretendem criar uma sensação de “habitar uma galeria de arte”. Organizados em forma de L e variando em tamanhos e materiais de acabamento, estes espaços interiores foram pensados para criar uma sensação de continuidade e enquadramento. Obras de arte e acessórios foram então incorporados para proporcionar aos hóspedes a experiência única de estar cercado por obras de arte.
Para as suítes principais, idealizamos um cenário que chamamos de “Festa no Bosque”. Através da inserção de diversas paredes e elementos que se assemelham a uma sucessão de troncos de árvore em uma floresta, procuramos criar a sensação de viver em meio à natureza. Esses fortes elementos também acabam por criar um espaço que revela infinitas camadas, enquadrando diferentes vistas e funções à medida que nos deslocamos pelo espaço.